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Sobrepeso x Qualidade do Sono

  • Foto do escritor: Mauro Vinicius de Souza
    Mauro Vinicius de Souza
  • 4 de out. de 2016
  • 3 min de leitura
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Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba relatou uma elevada frequência de má qualidade do sono em crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade atendidos no Centro de Obesidade Infantil, serviço de referência em Campina Grande.
A maior preocupação é a relação desta condição com dois componentes da síndrome metabólica, hipertensão arterial e aumento da circunferência da cintura, observados neste estudo. A síndrome metabólica é uma condição em que há a presença de pelo menos três dos seguintes fatores: a obesidade ou a mudança na circunferência da cintura, pressão sanguínea elevada, altos níveis de glicose no sangue e dislipidemia (presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue). Isso está relacionado ao aumento da mortalidade por infarto agudo do miocárdio e aumento do risco para o desenvolvimento de diabetes.
Dislipidemia
O estudo sugere que a qualidade do sono deve ser avaliada entre os adolescentes com excesso de peso e crianças, já que a má qualidade pode aumentar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. "Este é um achado importante, pois reforça o efeito adverso do sono inadequado para a saúde cardiovascular e metabólica e muitas vezes não é valorizada pela maioria dos indivíduos e alguns profissionais de saúde", diz a co-autora Carla Campos Muniz Medeiros, PhD em Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Estadual de Campinas e orientadora de pesquisa no Programa de Pós-graduação em saúde pública da Universidade Estadual da Paraíba. "Este estudo pode tornar-se um gatilho para a realização de mais pesquisas sobre o assunto, a fim de melhor compreender o papel do sono para o risco cardiovascular e metabólico em indivíduos jovens".

O sono é uma necessidade vital que muitas vezes é negligenciado em relação à sua duração e qualidade. Nos últimos anos, uma redução na duração do sono e agravamento da sua qualidade tem sido observada entre os adolescentes. A relação entre o sono e a obesidade não está ainda completamente elucidado, mas estudos sugerem que dormir menos de 7 horas por dia pode causar desequilíbrio nos níveis de energia através de alterações hormonais, aumentar a ingestão de alimentos ricos em calorias e reduzir o nível de atividades físicas.

A maioria dos estudos avaliam a relação entre a duração do sono com as alterações cardiometabólicas sem considerar a qualidade do sono. Uma razão para não avaliar este aspecto pode ser explicado pela acessibilidade e o custo elevado do exame "padrão de ouro" para a detecção de distúrbios do sono, a polissonografia. É importante ressaltar que há casos cuja duração do sono é adequado, mas a dificuldade em adormecer e o despertar durante a noite pode diminuir a eficácia do sono e do tempo de permanência dos estágios mais profundos deste, levando a um desequilíbrio metabólico.
O estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba utiliza um questionário que avalia o índice de qualidade do sono desenvolvido por pesquisadores da Pittsburg e validado no Brasil. Este índice avalia a qualidade do sono através de uma pontuação e considera marcar acima de 5 de má qualidade.

Má qualidade do sono estava presente em 40,7% das crianças e adolescentes avaliados. O resultado dessa pesquisa mostrou que crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesos com má qualidade do sono eram duas vezes mais propensos a desenvolver risco de pressão alta e três vezes mais propensos a ter aumento da circunferência da cintura, o que reforça a importância da avaliação do sono, especialmente qualidade do sono juntamente com hábitos alimentares e níveis de atividade física em crianças e adolescentes obesos ou com sobrepeso.


 
 
 

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