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Suplementos: mecanismos e cuidados.

  • Foto do escritor: Mauro Vinicius de Souza
    Mauro Vinicius de Souza
  • 15 de out. de 2016
  • 6 min de leitura

Na última década, as formas para alcançar a forma física aumentaram e se diversificaram de forma exponencial. Academias cada vez mais completas, diferentes abordagens e métodos atraem cada vez mais pessoas para dentro de ginásios dedicados a esculpir corpos, melhorar a eficiência e manter uma vida mais saudável.

Mas para os resultados aparecerem é necessário disciplina, treino e muita paciência, um conjunto de fatores separados da maioria dos seres humanos por grandes quantidades de ansiedade e imediatismo. Às vezes, e não muito raramente, mesmo seguindo um treinamento com rigor, os efeitos acabam ficando distantes do esperado, principalmente para os tipos físicos fadados pela genética a uma constituição mais enxuta. É nessa hora que uma ajuda extra pode ser bem-vinda.

Muitos descobrem a saída para transformar seus corpos esguios e alcançar logo seus objetivos nos suplementos alimentares. Muitos acabam por adotar a recomendação de amigos e passam a tomar suplementos e mesmo sem indicação nutricional, alguns obtêm resultados satisfatórios.


É assim que a maioria dos alunos de academia entra no universo da suplementação, por indicação de quem já usou e garantiu os resultados. Mas os nutricionistas, ressaltam que o resultado alheio não é comprovação de eficácia. Em geral, o instrutor não estudou nutrição, então não é da competência dele prescrever suplementação. É preciso saber como é a rotina alimentar do paciente, se há deficiência de nutrientes, se a quantidade e intensidade de exercícios pedem suplementação ou se suas necessidades já são supridas pelas refeições. Fora isso, ainda é necessário fazer uma avaliação clínica do paciente, para saber se há deficiência hormonal, problemas cardíacos, renais ou hepáticos.

O grande problema da auto-suplementação é que nem sempre o usuário conhece seu funcionamento e, principalmente, seus componentes e da mesma forma que alguns alcançam seus objetivos, mesmo sem orientação profissional, outras podem correr sérios riscos, principalmente quando estão em busca de emagrecimento rápido e optam por tomar um termogênico, por exemplo. É comum suplementos da classe dos termogênicos, que aumentam a temperatura corporal visando a queima de gordura, conterem hormônios para controlar a tireoide, uma vez que alterações nessa glândula provocam, em última instância, mudanças no peso. Mas seu uso inadequado pode futuramente descontrolar a produção natural e trazer problemas que antes eram inexistentes. É o caso do termogênico Lipo Black 6, que recentemente foi incluído na lista de produtos proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), junto com o também termogênico OxyElite e o pré-treino Jack 3D.


Pré-treino, aliás, é um dos suplementos mais procurados. Esse classe de produto funciona, na maioria das vezes, como um vasodilatador que facilita a passagem de oxigênio e nutrientes pelos vasos sanguíneos, fazendo com que eles alcancem rapidamente as células musculares, aumentando a oferta de energia. A ideia é que, assim, seja possível carregar cargas maiores por mais tempo. Apesar desse efeito, também existem reações adversas como formigamento e insônia, que ao longo do tempo tendem a passar, dando a impressão que o corpo se adaptou quando na verdade não sentir mais nada se deve ao fato de que o organismo acabou se viciando, uma consequência comum do uso do produto, e os sintomas acabam “maquiados”, dando a impressão de que desapareceram.

Alguns pré-treinos e termogênicos afetam os campos neurológico e hormonal. Ambos têm aditivos psicoestimulantes, que prometem oferecer disposição ao usuário e melhorar o rendimento dos exercícios atuando diretamente no sistema nervoso central. Há ainda os que são capazes de induzir a liberação de hormônios que ajudam a fortalecer os músculos, como a testosterona, a insulina e o GH. Por atuarem em áreas de controle do organismo, apresentam resultados mais rápidos.


Mas é justamente nesse mecanismo que reside o perigo maior. Agindo em áreas de controle, essa classe de suplementos pode desregular funções do organismo e provocar reações em cadeia. Psicoestimulantes agem diretamente no sistema nervoso central, podem provocar taquicardia, hipertensão, aumento de agressividade e cefaleia.


Já o uso de hormônios desequilibra a produção natural do corpo, pois o organismo tem um sistema inteligente próprio para manter as taxas hormonais estabilizadas. Se a pessoa ingere doses de um determinado hormônio, essa quantidade é somada à que já é produzida. O organismo, então, entende que há um desregulamento no processo natural e tenta equilibrar, produzindo mais hormônios contrários para balancear.

Uma consequência comum é o aparecimento de características de efeminação nos usuários de hormônios masculinos. Como ocorre uma “sobrecarga” — geralmente de testosterona –, o corpo, na tentativa de balancear, acaba produzindo mais estrogênio (hormônio feminino). “Os homens podem apresentam aumento das mamas (ginecomastia), impotência sexual, redução dos testículos e infertilidade. As mulheres ficam com a voz mais grossa, têm aumento do clitóris e da quantidade de pelos, queda de cabelo, desregulação da menstruação e, claro, ficam com o físico masculinizado.


É muito comum, principalmente no meio da medicina esportiva, fazer uso de ciclos hormonais e, em seguida, prescrever a TPC (“Terapia Pós Ciclo”, que engloba regime dietético e uso de medicamentos para atenuar efeitos colaterais). Porém, o método pode levar a disfunções hepáticas e renais.

Suplementos alimentares

Existem porém os suplementos feito à base de proteínas, carboidratos, aminoácidos e creatina, nutrientes essenciais para o bom funcionamento do corpo e que, via de regra, não apresentam risco à saúde.


Diferentemente dos psicoestimulantes, vasodilatadores e hormonais, essa classe de suplementos tem como princípio complementar a alimentação quando ela deixa de fornecer a quantidade suficiente desses nutrientes, o que pode acontecer quando se praticam atividades físicas regulares. Além de suprir possíveis carências da dieta, ainda apresentam bons resultados no ganho de massa muscular.


Mesmo apoiando o uso, os profissionais da sáude ressaltam que eles são mais indicados para grupos específicos, como atletas de alto nível, gestantes e pessoas desnutridas ou vegetarianas. Qualquer pessoa precisa recorrer às proteínas para fortalecer os músculos. Porém, como é um componente de difícil absorção quando consumido in natura, atletas com dois períodos de treino por dia podem lançar mão de suplementos como a proteína isolada, que é absorvida mais rapidamente e, consequentemente, promove recuperação muscular acelerada.

O maior erro dos atletas de academia é adotar o uso de suplementos sem seguir uma alimentação adequada. Quando se usa suplementos desse tipo, mas a ingestão de carboidratos é alta, haverá acúmulo de componentes energéticos no corpo, o que acaba sendo revertido em gordura corporal. Tem de haver necessidade de suplementar, não somente a vontade de acelerar o processo de ganhar massa.


Outros tipos podem ter consequências específicas se houver uso desmedido, como inchaço devido a retenção de líquidos (aminoácido creatina), aumento da produção de gases intestinais (consequência do uso de quase todos os suplementos, mas principalmente da albumina, proteína existente no ovo) e aparecimento de acne (comum nos usuários de massa hipercalórica, rica em carboidratos).


Ainda assim, é importante frisar que esses suplementos não são prejudiciais à saúde por si só. É comum ouvir que tais produtos fazem mal ao fígado e aos rins, mas as complicações só costumam aparecer nas pessoas que já têm pré-disposição a doenças nesses órgãos, pois as substâncias essenciais desses suplementos já são sintetizadas naturalmente pelo organismo. Caso contrário, não há risco.


Fácil acesso


Atualmente, é comum encontrar os enormes potes de suplementos à venda na internet, em farmácias, lojas especializadas e supermercados. Nada impede que o atleta, seguindo a recomendação do professor da academia, compre livremente os produtos. O problema não é a facilidade com que se encontram os suplementos, e sim a falta de controle na hora da venda.


Deveria ser necessário apresentar uma prescrição emitida por um profissional para garantir que o acesso só fosse permitido após uma consulta.


Muitos atletas defendem o livre acesso apoiando-se no fato de que a oferta desses produtos não sofre restrição nos EUA, onde a indústria de suplementos é enorme. Além disso, muitos criticam a decisão da Anvisa afirmando que nunca sentiram ou apresentaram os efeitos colaterais expostos pela vigilância sanitária brasileira. Entretanto o diretor de Monitoramento e Controle Sanitário da agência, José Agenor Álvares, defende a decisão: “no Brasil, a avaliação é feita com base nos riscos e consequências que o consumo das substâncias pode gerar à saúde das pessoas. Caso haja suspeita do malefício, ela fica proibida até serem estudadas as reais consequências”.


É fundamental a consulta com um profissional da saúde. Uma consulta de alguns minutos podem te ajudar na escolha dos suplementos adequados evitando gastos desnecessários, proteger sua saúde além de maximizar os efeitos benéficos dos suplementos.




 
 
 

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