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Seu cérebro precisa de exercícios, veja o porque.

  • Foto do escritor: Mauro Vinicius de Souza
    Mauro Vinicius de Souza
  • 18 de out. de 2016
  • 3 min de leitura

É fato que a resistência cardiovascular diminui quando deixamos de nos se exercitar por algumas semanas, mas qual o impacto que o exercício tem em nossos cérebros? Uma nova pesquisa realizada nos Estados Unidos analisou o fluxo sanguíneo cerebral em adultos mais velhos, fisicamente aptos (idades entre 50 e 80 anos) antes e depois de um período de 10 dias no qual ficaram em abstinência de todo e qualquer exercício físico. Através de exames de imagem, foi possível perceber uma diminuição significativa no fluxo de sangue para várias regiões do cérebro, incluindo o hipocampo, logo que pararam suas rotinas de exercício.

Por estudos anteriores é possível dizer que o hipocampo desempenha um papel importante na aprendizagem e memória e é uma das primeiras regiões do cérebro a perder suas funções em pessoas com doença de Alzheimer. Nos roedores, o hipocampo responde ao exercício de treinamento, aumentando o crescimento de novos vasos sanguíneos e novos neurônios e em pessoas mais velhas o exercício pode ajudar a proteger o hipocampo contra demência e outras patologias ligadas ao cérebro. E é por isso que esse estudo se mostra tão importante evidenciando que pessoas que pararam de exercitar por apenas 10 dias, mostraram uma diminuição no fluxo sanguíneo cerebral em regiões do cérebro que são importantes para a manutenção da saúde mental. Os participantes do estudo eram todos "atletas master", com idade entre 50 e 80 anos (média de idade era 61) e que praticavam exercícios de resistência a pelo menos 15 anos e ainda que haviam competido em algum evento de atletismo recentemente. Seus regimes de exercício implicavam em pelo menos quatro horas de treinamento de alta intensidade a cada semana. Em média, eles estavam correndo 59 km por semana ou o equivalente a uma corrida de 10 km por dia! Não é de se surpreender que este grupo tinha um V02 máximo (medida da taxa máxima de consumo de oxigênio de um indivíduo que está diretamente ligado a sua forma física aeróbica) maior que 90% em relação a adultos sedentários na mesma idade. Os pesquisadores mediram a velocidade do fluxo sanguíneo no cérebro com uma ressonância magnética enquanto eles ainda estavam seguindo sua rotina de treinamento regular e novamente após 10 dias de nenhum exercício. Durante esse período foi observada uma queda significativa no fluxo sanguíneo cerebral em pelo menos oito regiões do cérebro, incluindo as áreas do hipocampo esquerdo e direito e várias regiões conhecidas como parte da "rede de modo padrão" do cérebro - uma rede neural conhecida por deteriorar-se rapidamente com o diagnóstico da doença de Alzheimer. Esta informação contribui para a crescente compreensão científica do impacto da atividade física na saúde cognitiva. Portanto, se você é fisicamente menos ativo, terá maior propensão de ter problemas cognitivos e demência como o passar dos anos. No entanto, não há nenhuma evidência de que as habilidades cognitivas pioraram após a interrupção de exercício físico por apenas 10 dias, mas a mensagem que podemos tirar desse estudo é que se você parar de se exercitar por 10 dias, assim como irá rapidamente perder sua aptidão cardiovascular, você também irá experimentar uma diminuição do fluxo de sangue do cérebro. Isso poderia ter implicações importantes para a saúde do cérebro em adultos mais velhos e aponta para a necessidade de mais pesquisas para entender o quão rápido essas mudanças ocorrem, quais seriam os efeitos a longo prazo e quão rápido eles podem ser revertidos com a retomada da prática de exercícios físicos.


 
 
 

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